quarta-feira, 23 de novembro de 2016

SOBRE A IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL
Em 1976, o governo da África do Sul declarou Estado de Emergência.
Nos 13 anos subsequentes, os estudantes secundaristas mantiveram uma campanha de resistência, em que mais de 750 deles foram assassinados e mais de 10.000 foram presos, muitos mais foram torturados e violentamente atacados pelas forças de segurança do regime do apartheid. Para que se tenha uma ideia da pujança do movimento dos estudantes, este empolgou, pelo menos, 4 gerações de alunos da high-school, que dura 4 anos por lá
Fato é que, em 1990, ano que seguiu ao fim de mais de uma década de mobilização estudantil, NELSON MANDELA foi libertado, depois de cumprir 28 anos de prisão. Em 1991, cairia, finalmente, o regime racista.
Esta é uma narrativa de sucesso para nela se espelharem nossos bravos discentes em sua luta contra o arbítrio no Brasil de hoje.
AMANDLA AWETHU
DUAS OU TRÊS COISINHAS QUE SEI SOBRE O VERDE E AMARELO
Os macacarqueteiros a serviço da fiesp/febraban e de outras fis de não-sei-o-quê investiram pesado contra a cor vermelha, impondo um verde-amarelo que a biribada logo adotou, enchendo a Paulista com a camisa da seleção. 
Este absurdo de imposição cromática, porém, tem uma triste trajetória... Vamos relembrar alguns pontos desse percurso.
A uma, o Brasil recebeu seu nome por alusão direta à madeira de onde se extraía uma tinta vermelha para uso têxtil, o pau-brasil, denominado de ibirá-pitanga por seus nativos. Portanto, é o vermelho que está associado à nossa origem.
A duas, sobre os matizes verde e amarelo, vale a pena lembrar que o primeiro remete a Dom Pedro I, herói da independência, por ser a cor característica da casa portuguesa, com certeza, dos Braganças. Já o segundo homenageia Dona Maria Leopoldina, esposa de Pedro I, pertencente à Casa dos Habsburgos ou Casa D’Áustria. Nada têm a ver com o Brasil.

A três, na década de 1920, verde-amarelismo foi também uma das vertentes do modernismo paulista e que tinha à frente o escritor Plínio Salgado, o führer ou galinha-verde mor da versão botocúndia do nazismo, chamado de integralismo.
A quatro, a exploração da ameaça vermelha na mídia gringa, durante o Comitê de Atividades Antiamericanas no Congresso norte-americano. Período da chamada caça às bruxas, logo exportado para cá com a Guerra Fria.
A cinco, no cruento período Médici, dois cantores cearenses, Dom e Ravel, na copa do México de 1970, compuseram, gravaram a canção Eu te amo, me Brasil, cujos versos berravam Meu coração é verde e amarelo. Enquanto a seleção fazia gols nos estádios, o pau comia solto nas sessões de tortura promovidas pelo ustra e associados.
Se a biribada estudasse um pouquinho de história, descobriria estar sendo vítima das manipulações de macacarqueteiros e publicitários embromadores. Porém seu (des)governador e o usurpador são contra todas as disciplinas que fazem pensar. Motivos? Óbvios. Só querem robôs prontos para a linha de montagem, tipo Tempos Modernos.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Preocupado com o fim das disciplinas da área de Humanidades no ensino médio pela repercussão que terá na universidade, onde ocorrerá enxugamento da oferta de vagas nos cursos, diminuição de recursos para a pesquisa. Todos sofreremos com essa desastrada decisão.
O capitalismo-patrimonialista impôs séculos de dominação brutal, de que o escravismo fazia parte, mas, abolido este, o autoritarismo do velho modelo exigiu longos períodos sucessivos de governo ditatorial, hoje dissimulado por um verniz jurídico que não resiste à incidência da reflexão da teoria crítica do direito.
Papel importante na manutenção dessa continuada barbárie tem cabido à mídia, mais adequadamente uma indústria cultural, pelos referenciais de comportamentos, valores, padrões de relações sociais, que produzem um "default", uma persistente atitude de legitimação da violência que vem de cima. Pior que tudo recoberto com o glacê das novelas, dos programas jornalísticos, do humor televisivo.
É aqui que farão falta as análises dos cientistas sociais para, por um lado, dissecarem com seus alunos os pútridos cadáveres que são as revistas semanais e os jornalões, expondo suas entranhas em adiantado estado de decomposição. Por outro lado, é preciso estudar também, sempre com o povo, as autênticas matrizes culturais que são varridas para o limbo do esquecimento, sobretudo as que levam à problematização das questões que afligem a vida de mulheres e homens no Brasil.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

O mundo esperou por um papa sensível, amoroso, mas também atento às questões em que a Igreja falhou, como na catequese. Enquanto isso, segmentos do evangelismo mais atrasado querem se valer de sua eventual representatividade no Congresso para, através da instrumentalização da FUNAI, reeditarem práticas condenáveis de proselitismo, que o catolicismo enterrou, e, assim, submeter os índios à violência simbólica, como se depreende, aliás, das lições de Pierre Bourdieu.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

O empresariado de S. Paulo e seus cães de guarda.
A expressão cães de guarda diz respeito hoje aos praticantes de um jornalismo de reverência na França, segundo Serge Halimi, aos interesses de grupos industriais e financeiros.
A sórdida campanha pelo impeachment da presidenta Dilma foi urdida nos jornalões e revistas, à custa de calúnias e demais delitos tipificados no capítulo V do Código Penal, onde estão listados os Crimes contra A Honra. Os acontecimentos posteriores, pouco a pouco, 
vieram não somente para desmentir a boataria, como também para confirmar a apontada vinculação entre os cães de guarda e a alta burguesia, caso dos altos escalões da FIESP, sobre quem pesa a acusação, ainda não desmentida, de assalto aos cofres das entidades componentes de sua fatia do sistema S, para usar tais recursos em: contratação de milícias de rua, confecção dos patos e outros materiais.
Com a ascensão do vice ao trono do Planalto, tudo está mostrando que a Bos Taurus Taurus foi para o brejo, a começar pelo ministério cai-cai, com os titulares de um dia. Com isso, as panelas voltaram para as cozinhas, e a indignação verdadeira, esclarecida, tomou conta das ruas. Fica claro que a aventura não deu certo. Como bem dizia Doutor Getúlio, paulista sabe fazer dinheiro, mas não sabe fazer política.
Na verdade, a alta burguesia paulista quis reverter a tendência crescente de esvaziamento de sua hegemonia, para isso, além dos cães de guarda, precisou do reforço dos parceiros de sempre, aquele lá do norte... A Wikleaks já tinha cantado a pedra. As mexidas no tabuleiro eram simples, mas o preço foi enterrar o Mercosul, esvaziar o BRICS, entregar o Pré Sal. O tema foi tratado nas páginas de texto citadíssimo, porém pouco lido, de um dos luminares das ciências sociais bandeirantes em sociedade com um seu colega chileno: "a especificidade histórica da situação de subdesenvolvimento nasce precisamente da relação entre sociedades periféricas e centrais". Em português claro, isso quer dizer que o processo nasce das relações estabelecidas a partir das classes e grupos sociais daqui mesmo, ou seja, não é simplesmente o americano, ou o japonês, ou o russo, ou o diabo que o carregue, quem determina de fora consequências internas, mas os arranjos estruturados aqui que o fazem antes.
Bem, esse tipo de aliança do empresariado nacional com o americano garantiu um modo de acumulação do capital altamente favorável a S. Paulo. Lula e Dilma mexeram nisso, meio aprendizes de feiticeiros, e começaram a despontar outras possibilidades de fuga do eixo de produção paulista para o Nordeste. Cutucaram a onça com vara curta. A Bahia é exemplo, e não o bolsa-família kkkkkkkkkkkkkk, como querem os economistas da revista Naspers que, sem o sustentáculo do apartheid, veio da África do Sul para cá e comprou a (não)Veja. Daí derivou em parte o sucesso eleitoral do PT por aqui.
Será que, hoje, começará a ser desmontada a palhaçada, com a cassação do Cu nha na Câmara??? Aguardemos, pois

sábado, 28 de maio de 2016

OS JORNAZISTAS
Uma das características do conhecimento científico consiste na sua intersubjetividade. Até o mais modesto dos cientistas dirige seu discurso à comunidade formada por seus colegas, para que estes possam criticá-lo. Eis aí um dos importantes papéis da academia.
Hoje, no Brasil, parece que as teorias nas ciências sociais passaram a estar expostas ao crivo de profissionais que, nas suas folhas e gazetas, sempre se dedicaram ao mundo do fait-divers, não dispondo de lastro intelectual para fazer pensar sobre os conhecimentos em que muito recentemente ingressaram, inclusive porque não trilharam os ásperos caminhos acadêmicos para tanto exigidos. Alguns chafurdaram nas uniesquinas, unipadarias e unibares de S. Paulo, que aplicam o modelo 100, ou seja, sem pesquisa, sem extensão, docentes sem qualificação. Só poderia dar nesse FEBEAPÁ. Outros, pasmem, sequer completaram sua formação no ensino fundamental. Não obstante, ainda há os publicitários de má-fé, regiamente pagos pelos potentados da Avenida Paulista, a compará-los com Carlos Lacerda, Gustavo Corção, entre outros, o que é um sacrilégio. O primeiro, leitor voraz, legou sua imensa biblioteca à UnB. Estão lá seus livros cheios de cotas a lápis ou a caneta, revelando um incessante e profícuo labor intelectual (cheguei a consultar um daqueles volumes) manifestado em seus discursos. Pior é que muitos dão crédito a esses propagandistas do nada. 
Com espanto leio que o neologismo esquerdopata, cunhado por um desses murídeos de jornais paulistanos, anda na boca de muitos dos consumidores daqueles lixos da imprensa. Curioso é que os autores sequer desconfiam do significado político do que seja esquerda. Remeto-os, autores e leitores, ao livro Direita e Esquerde: razões e significados de uma distinção política, publicado pela editora de uma velha e boa universidade pública, a UNESP

domingo, 24 de abril de 2016

O economista Carlos Fernandes tem razão no seu artigo publicado no Diário do Centro do Mundo. 
A história, entretanto, mostra que não será a primeira vez em que as bases comparecem à cena para corrigir os desvios. Lembro que, para a legislatura subsequente à da ANC, poucos parlamentares evangélicos foram reconduzidos ao Congresso por conta da vergonhosa conduta que demonstraram dando show de fisiologismo á custa do dinheiro público, por sinal comandado pelo velho coronel sarney que, assim, conseguiu alongar seu mandato. O coronel acm também participou ...
Ver mais
Nem vou falar nada. Meu nojo me cala.
Uma revolução silenciosa está acontecendo neste exato momento. Não importa a forma como se apresentam os opressores ou os adornos com que se tentem…
WWW.DIARIODOCENTRODOMUNDO.COM.BR
Curtir

segunda-feira, 18 de abril de 2016

REICH continuará sendo um marco para as análises políticas. Ele tem como referências teóricas a psicologia profunda de Freud e a teoria econômica de Marx. Uma de suas obras fundamentais é A Psicologia de Massas do Fascismo.

Com ele, é possível entender porque, com no declínio da economia alemã, metade dos votos dos nazistas, cerca de 3 milhões, foram dados por trabalhadores. Também é possível compreender o papel político que cumpre o misticismo evangélico. À leitura, pois.

sábado, 12 de março de 2016

Não me seduz o futebol PT X PSDB. Para mim é perda de tempo discutir seja com pessoas que mal conseguem articular um parágrafo compreensível, seja com fakes que figuram nas folhas de pagamento de algum sátrapa.
O que tem me aborrecido é a argumentação destes últimos quanto ao que foi o governo da ditadura. Nesse diapasão, vão sendo apresentadas as mais deslavadas mentiras para convencer as torcidas de ambos os lados, por exemplo: a de que não existia corrupção durante os governos militares; ou a de que a ditadura foi benéfica para os trabalhadores.
Em meio a esse pútrido desfile de asneiras, fico com a lucidez das intervenções de Leandro Karnal e Viviane Mosé, verdadeiros oásis nesse deserto de inteligência.

terça-feira, 8 de março de 2016

Incontestáveis os bons resultados alcançados pelas políticas de inclusão implementadas pelo governo do PT: bolsa família, ações afirmativas com cotas para negros, minha casa-minha vida, mais médicos, interiorização das universidades e dos institutos federais, entre tantas outras.
Essas vitórias, entretanto, não são passaporte para a falta de transparência das decisões, obras superfaturadas, caixa 2 e outras falcatruas. Quero crer que o ex-presidente Lula, até prova em contrário, não tirou proveito pessoal da má conduta que lhe é atribuída. Ele parece ser um homem que cultiva hábitos modestos, coerentemente com sua origem social.
Agora, se há fundadas razões para suspeita, o MP existe para promover a responsabilização criminal dos acusados de maneira equilibrada, sem estardalhaço na mídia. Da mesma forma que o Judiciário deve fidelidade irrestrita às normas procedimentais, sem estrelismo, agindo sempre com maturidade, sob o risco de o açodamento e a persecução fora do respectivo disciplinamento legal - due process of law- suscitarem reações capazes de empurrar o Brasil para uma guerra civil, os acontecimentos em Congonhas, por exemplo, são amostra do que poderá acontecer.
Os jornalistas, por sua vez, precisam estar conscientes de sua responsabilidade social, informando livremente sem estimular ressentimentos, ódios e, acima de tudo, evitar o açulamento da opinião pública. 
Devem lembrar-se do exemplo da Corte Criminal Internacional que julgou o genocídio em Ruanda, criada em Arusha, Tanzânia, no ano de 1994, quando também jornalistas sentaram-se no banco dos réus, juntamente com os executantes dos crimes de lesa-humanid

sexta-feira, 4 de março de 2016

RIO x SÃO PAULO.
Nem a transferência da capital para Brasília conseguira tirar do Rio seu papel de caixa de ressonância e capital cultural do Brasil. Muito, porém, fizeram os militares no pós-64 para dobrar a espinha do carioca, sempre contando com o apoio do clã dos marinho. Pouca gente sabe que a caça às bruxas atingiu primeiro e mais intensamente a UFRJ do que a USP.
A imprensa carioca sempre foi muito mais cosmopolita que a paulistana. O jornal mais importante do Rio era o Jornal do Brasil, era para ser lido no Brasil, enquanto os bandeirantes tinham um certo vezo provinciano, tanto o estado de são paulo quanto a folha. Foi também no Rio que surgiu o Pasquim, responsável por uma verdadeira revolução na mídia impressa entre nós. Enquanto isso a folha emprestava seus carros para a repressão política.
Pouca gente sabe, mas o Rio já teve mais salas de teatro que São Paulo. O que o Rio é hoje resulta da desatenção e esvaziamento sofridos pelos governos durante a ditadura, ainda assim continua sendo o 2º PIB do Brasil, muito mais fruto da garra de seu povo que nunca se dobrou, sempre sufragando a oposição
REFLEXÕES SOBRE O 4 DE MARÇO DE 2016
folha e o estado de são paulo fizeram o jogo da ditadura, uns mais, outros um pouco menos, mas estavam do lado dos golpistas. É um jornalismo-táxi, alugado pelas classes proprietárias. Interessante que, no livro Brasil: de Getúlio a Castelo, o insuspeitoSkidmore com todas as letras apontava a estreita ligação de origem entre a jornal da time&life e o comércio atacadista do Rio.
Mudaram os patrocinadores, mas o noticiário de conveniência continua, sempre atacando qualquer governo que tenha, mesmo de longe, vinculação com a massa trabalhadora. Foi assim com Vargas, com Jango e com o Brizola que soube bater na família marinho e derrotar sua tentativa de fraudar as eleições para governador, em que ele se sagrou vencedor.

quarta-feira, 2 de março de 2016

VAMOS REGULAMENTAR O HORÁRIO DE TRANSMISSÃO DOS PROGRAMAS POLICIALESCOS
O direito do cidadão à boa informação vem sofrendo sérios agravos. Está certo que cada um tenha lá suas opções ideológicas político-partidárias, faz parte do jogo. É da essência do regime democrático a convivência com o conflito suscitado pela pluralidade de programas e projetos partidários. O que não pode continuar acontecendo são os abusos cometidos pelos programas de noticiário policialesco. Que a pretexto de noticiar, inculcam sub-repticiamente propagandas de interesse de segmentos do capital; falo da campanha por mais prisões e endurecimento do sistema penal, pavimentando assim o caminho da privatização dos estabelecimentos prisionais. Salientando que esse discurso enviesado tem merecido o reproche dos juízes mais consequentes e dos doutrinadores sérios, ouso propor o lançamento de uma campanha nacional pela alteração do horário de transmissão dos programas de caráter policial, jamais a sua extinção. Eles poderiam ir ao ar apenas depois das 23 horas.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

O NEGRO NA PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL: indagações e perplexidades
Estudos em sítios paleológicos têm trazido à luz evidências que permitem novos olhares sobre a presença dos negros em nosso país, relativizando a hipótese de que estes teriam chegado por aqui na condição de escravizados pelos europeus.
Cientistas da USP sugerem que os vestígios humanos encontrados nas pesquisas arqueológicas da região de Pedro Leopoldo-MG guardam muito mais semelhança com aborígenes australianos e negros do que com a população indígena, surgida por volta de 11 mil anos atrás. 
Quando visitei o museu do Homem Americano que exibe material recolhido no Parque Nacional da Serra da Capivara, ambos em São Raimundo Nonato-PI, um crânio apresentado logo na entrada daquele museu atesta essa mesma similitude apontada em Minas. Eram negros os primitivos habitantes do Brasil

sábado, 6 de fevereiro de 2016


É BOM SABER
Isso chama minha atenção para a responsabilidade social de quem opera as mídias. No Tribunal Penal Internacional que julgou o genocídio em Rwanda. Lá dois jornalistas foram condenados por incitação ao ódio, grande componente da violência contra dos hutu contra os tutsi. Um recebeu pena de prisão perpétua, enquanto o outro foi condenado a 35 anos. O Tribunal rejeitou a tese de liberdade de expressão, argumento central da defesa de ambos. Confiram:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0412200301.htm

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética…
JORNALISTAS.ORG.BR

O DIA EM QUE AS VISITADORAS SE TORNARAM PROFESSORES DE HISTÓRIA EM SÃO PAULO

Assim como na Europa aparecem historiadores revisionistas que querem negar o holocausto, e a França criou até um figurino legal para enquadrá-los, aparerceu um suposto historiador em S. Paulo para dizer que a ditadura durou somente onze anos no Brasil. O sujeito é tão doido que defende o fim do regime militar em 79, com a edição da lei de Anistia. Ora, mesmo usando seu critério louco, 79 menos 64 = 15, e não onze. Por conta disso, toda vez que me referir a ele vou chamá-lo de visitadora. Não me perguntem o por quê. Quem estiver curioso, leia o romance Pantaleão e As Visitadoras, de Mario Vargas Llosa.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Ainda há juízes em Berlim.
Todo estudante de direito conhece o conto do moleiro de Sans-Souci. A notícia transcrita a seguir mostra que, contra os desvairios de um governador tresloucado, ainda há juízes na Louisiana.
É sempre surpreendente ser lembrado de que o Estado de Direito ainda existe em Louisiana, apesar do comando autoritário do governador Bobby Jindal.
Mas ele existe! Tribunais de Louisiana julgaram o financiamento do programa de voucher, usando o dinheiro dedicado às escolas públicas, inconstitucional. Os tribunais consideraram que a lei de Jindal retirando dos professores todos os direitos legais e proteções é inconstitucional porque incluía muitos assuntos em um projeto de lei.
E agora, milagre dos milagres, a Fourth Circuit Court of Appeal de Louisiana decidiu que os 7.000 professores que foram demitidos após a devastação do furacão Katrina foram injustamente demitidos e têm direito a salários atrasados.
Fica a indagação, será que aconteceria o mesmo no Brasil. Bem, conheço alguns juízes com forte senso de dignidade da toga que enfrentariam decisões contra um governador assim. Aqui na Bahia, por exemplo, existem vários deles. Mas e os desembargadores nos tribunais?
PREDADORES 
Existem pessoas na selva urbana brasileira que agem como verdadeiros predadores. Suas presas são sobretudo os mais vulneráveis, como crianças de adolescentes em situação de rua, idosos, travestis, prostitutas, deficientes etc. 
Lembro-me do relato de um de um educador de rua, atuante em Copacabana, sobre as marcas de queimadura por água fervente atirada pelos moradores, a partir das janelas dos apartamentos, sobre crianças e adolescentes que dormiam nas calçadas em frente aos seus edifícios.
Idosos sem família são vítimas dos profissionais que deveriam ser seus cuidadores, mas que se aproveitam de sua fragilidade para roubá-los, não sendo raros, infelizmente, os casos de espancamentos e outras agressões.
CONFIANÇA
Por mais que eu me decepcione com uma pessoa, não perco minha confiança na humanidade. Sei que existe gente interesseira, cujas ações parecem inspiradas pela lei de Gérson, qual seja, levar vantagem em tudo. Apresentam-se como amigas, mas suas máscaras acabam caindo, e surge diante de nossos olhos o horror do retrato de Dorian Gray.
Em compensação, há outras pessoas tão verdadeiramente amigas, solidárias, carinhosas, que se fazem presentes em nossas vidas, que estão conosco inteiras, sem condições ou expectativas de se aproveitarem disso para ter benefícios. São fontes de carinho, compreensão, sempre dispostas a ouvir, sem querer nada em troca. Gente assim restabelece nossa confiança na humanidade.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

BRASIL CRIOULO

O Recôncavo é a sede do Brasil crioulo na Bahia, segundo a inteligente categorização de Darcy Ribeiro sobre os modos rústicos de ser do brasileiro, mas é em São Francisco do Conde, 72 km de Salvador, que acontece uma das celebrações mais belas do dia de Reis daquela região. Registramos alguns momentos do terno feminino Glórias e Louvores, em 06/01/2016.
Tive notícia de um outro terno feminino de Reis, as Ciganas, em Caetité, fruto da pesquisa de um punhado de minhas brilhantes e estimadas ex-alunas do curso de História da UNEB. 
CHATÔ, REI DO BRASIL

Em Salvador, não deixei passar em branco a oportunidade de ir ao cinema. Assisti ao Chatô, de Guilherme Fontes, no Cine Arte Paseo. Pela polêmica suscitada, focalizada em desvios de recursos, afinal o filme levou 20 anos para ser concluído, eu esperava mais, talvez pela leitura, que fiz com muito interesse, do romance de Fernando Moraes, presente de aniversário de meu bom amigo Sérgio Piola. De qualquer forma, eu recomendo.
C