sábado, 12 de março de 2016

Não me seduz o futebol PT X PSDB. Para mim é perda de tempo discutir seja com pessoas que mal conseguem articular um parágrafo compreensível, seja com fakes que figuram nas folhas de pagamento de algum sátrapa.
O que tem me aborrecido é a argumentação destes últimos quanto ao que foi o governo da ditadura. Nesse diapasão, vão sendo apresentadas as mais deslavadas mentiras para convencer as torcidas de ambos os lados, por exemplo: a de que não existia corrupção durante os governos militares; ou a de que a ditadura foi benéfica para os trabalhadores.
Em meio a esse pútrido desfile de asneiras, fico com a lucidez das intervenções de Leandro Karnal e Viviane Mosé, verdadeiros oásis nesse deserto de inteligência.

terça-feira, 8 de março de 2016

Incontestáveis os bons resultados alcançados pelas políticas de inclusão implementadas pelo governo do PT: bolsa família, ações afirmativas com cotas para negros, minha casa-minha vida, mais médicos, interiorização das universidades e dos institutos federais, entre tantas outras.
Essas vitórias, entretanto, não são passaporte para a falta de transparência das decisões, obras superfaturadas, caixa 2 e outras falcatruas. Quero crer que o ex-presidente Lula, até prova em contrário, não tirou proveito pessoal da má conduta que lhe é atribuída. Ele parece ser um homem que cultiva hábitos modestos, coerentemente com sua origem social.
Agora, se há fundadas razões para suspeita, o MP existe para promover a responsabilização criminal dos acusados de maneira equilibrada, sem estardalhaço na mídia. Da mesma forma que o Judiciário deve fidelidade irrestrita às normas procedimentais, sem estrelismo, agindo sempre com maturidade, sob o risco de o açodamento e a persecução fora do respectivo disciplinamento legal - due process of law- suscitarem reações capazes de empurrar o Brasil para uma guerra civil, os acontecimentos em Congonhas, por exemplo, são amostra do que poderá acontecer.
Os jornalistas, por sua vez, precisam estar conscientes de sua responsabilidade social, informando livremente sem estimular ressentimentos, ódios e, acima de tudo, evitar o açulamento da opinião pública. 
Devem lembrar-se do exemplo da Corte Criminal Internacional que julgou o genocídio em Ruanda, criada em Arusha, Tanzânia, no ano de 1994, quando também jornalistas sentaram-se no banco dos réus, juntamente com os executantes dos crimes de lesa-humanid

sexta-feira, 4 de março de 2016

RIO x SÃO PAULO.
Nem a transferência da capital para Brasília conseguira tirar do Rio seu papel de caixa de ressonância e capital cultural do Brasil. Muito, porém, fizeram os militares no pós-64 para dobrar a espinha do carioca, sempre contando com o apoio do clã dos marinho. Pouca gente sabe que a caça às bruxas atingiu primeiro e mais intensamente a UFRJ do que a USP.
A imprensa carioca sempre foi muito mais cosmopolita que a paulistana. O jornal mais importante do Rio era o Jornal do Brasil, era para ser lido no Brasil, enquanto os bandeirantes tinham um certo vezo provinciano, tanto o estado de são paulo quanto a folha. Foi também no Rio que surgiu o Pasquim, responsável por uma verdadeira revolução na mídia impressa entre nós. Enquanto isso a folha emprestava seus carros para a repressão política.
Pouca gente sabe, mas o Rio já teve mais salas de teatro que São Paulo. O que o Rio é hoje resulta da desatenção e esvaziamento sofridos pelos governos durante a ditadura, ainda assim continua sendo o 2º PIB do Brasil, muito mais fruto da garra de seu povo que nunca se dobrou, sempre sufragando a oposição
REFLEXÕES SOBRE O 4 DE MARÇO DE 2016
folha e o estado de são paulo fizeram o jogo da ditadura, uns mais, outros um pouco menos, mas estavam do lado dos golpistas. É um jornalismo-táxi, alugado pelas classes proprietárias. Interessante que, no livro Brasil: de Getúlio a Castelo, o insuspeitoSkidmore com todas as letras apontava a estreita ligação de origem entre a jornal da time&life e o comércio atacadista do Rio.
Mudaram os patrocinadores, mas o noticiário de conveniência continua, sempre atacando qualquer governo que tenha, mesmo de longe, vinculação com a massa trabalhadora. Foi assim com Vargas, com Jango e com o Brizola que soube bater na família marinho e derrotar sua tentativa de fraudar as eleições para governador, em que ele se sagrou vencedor.

quarta-feira, 2 de março de 2016

VAMOS REGULAMENTAR O HORÁRIO DE TRANSMISSÃO DOS PROGRAMAS POLICIALESCOS
O direito do cidadão à boa informação vem sofrendo sérios agravos. Está certo que cada um tenha lá suas opções ideológicas político-partidárias, faz parte do jogo. É da essência do regime democrático a convivência com o conflito suscitado pela pluralidade de programas e projetos partidários. O que não pode continuar acontecendo são os abusos cometidos pelos programas de noticiário policialesco. Que a pretexto de noticiar, inculcam sub-repticiamente propagandas de interesse de segmentos do capital; falo da campanha por mais prisões e endurecimento do sistema penal, pavimentando assim o caminho da privatização dos estabelecimentos prisionais. Salientando que esse discurso enviesado tem merecido o reproche dos juízes mais consequentes e dos doutrinadores sérios, ouso propor o lançamento de uma campanha nacional pela alteração do horário de transmissão dos programas de caráter policial, jamais a sua extinção. Eles poderiam ir ao ar apenas depois das 23 horas.