quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Preocupado com o fim das disciplinas da área de Humanidades no ensino médio pela repercussão que terá na universidade, onde ocorrerá enxugamento da oferta de vagas nos cursos, diminuição de recursos para a pesquisa. Todos sofreremos com essa desastrada decisão.
O capitalismo-patrimonialista impôs séculos de dominação brutal, de que o escravismo fazia parte, mas, abolido este, o autoritarismo do velho modelo exigiu longos períodos sucessivos de governo ditatorial, hoje dissimulado por um verniz jurídico que não resiste à incidência da reflexão da teoria crítica do direito.
Papel importante na manutenção dessa continuada barbárie tem cabido à mídia, mais adequadamente uma indústria cultural, pelos referenciais de comportamentos, valores, padrões de relações sociais, que produzem um "default", uma persistente atitude de legitimação da violência que vem de cima. Pior que tudo recoberto com o glacê das novelas, dos programas jornalísticos, do humor televisivo.
É aqui que farão falta as análises dos cientistas sociais para, por um lado, dissecarem com seus alunos os pútridos cadáveres que são as revistas semanais e os jornalões, expondo suas entranhas em adiantado estado de decomposição. Por outro lado, é preciso estudar também, sempre com o povo, as autênticas matrizes culturais que são varridas para o limbo do esquecimento, sobretudo as que levam à problematização das questões que afligem a vida de mulheres e homens no Brasil.

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