quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Nada acontece por acaso na política. Tampouco existem coincidências
As agressões sofridas pelos adeptos das religiões de matriz africana, no Estado do Rio de Janeiro, não foram o resultado das pregações de isolados pastores tresloucados açulando a malta narcovarejista contra os terreiros de Umbanda e Candomblé; ao contrário, existe um plano muito bem urdido por trás dessa violência, mas os espasmos de jornalismo investigativo tem sido abortados nas mesas dos editores, cumprindo as interdições de pauta impostas pelos donos de jornais, revistas, rádios e tevês.
Não faz tanto tempo assim, a Profª Christina Vital da Cunha enfrentou o problema em sua tese de doutorado, publicada no livro Oração de Traficante: uma etnografia, saído pela Garamond/FAPERJ, em 2015, onde ela apresenta os resultados de sua pesquisa, ressaltando a importante afiliação (p.381-390) entre os traficantes das favelas de Acari e outras vizinhas à IURD.
Por outro lado, a IURD que colocou um de seus bispos à frente da Prefeitura do Município do Rio, Marcelo Crivela, não por acaso o candidato mais votado na Zona Oeste da cidade, feudo das milícias, que curralizam também eleitoralmente as populações de suas áreas de influência: Paciência, Cosmos e Santa Cruz. Ao passo que Freixo, ex-presidente da CPI das milícias na ALERJ teve votação insignificante nos bairros que permanecem sob o tacão dos milicianos.
Lamento informar, mas já era previsível esse confronto com as religiões afro-brasileiras e também com o catolicismo. Sim, os neopentecostais aí estão vandalizando imagens do culto católico romano. Voltarei ao assunto noutra oportunidade.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Sobre os conceitos de sertanejo e caipira, estou me lixando para o que diz a mídia. Vamos desfazer um equívoco. Com muita razão, estão surgindo protestos contra a invasão da música dos goianos nas festas juninas da Bahia. Meu povo, a música deles é a caipira. O forró, sim, é que á a autêntica música sertaneja, devendo ser tocada nas nossas festas. Como diz galvão bueno, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não obstante, prefiro acompanhar nossos grandes, como Darcy Ribeiro e Antônio Cândido. Meus estudantes da disciplina Antropologia, no curso de História do Campus VI da UNEB, agora já professores, aprenderam a lição e devem estar passando-a a seus alunos. Bom São João para todos, ao som das sanfonas, zabumbas e triângulos, de acordo com as nossas tradições.