segunda-feira, 16 de novembro de 2015

CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO
Caetité é local de morada extremamente aprazível, seja pelas temperaturas agradáveis na maior parte do ano, seja, principalmente, pela boa educação de seu povo: aqui no Estado, não conheço outra cidade em que os motoristas parem nas faixas de pedestres; suas festas são animadíssimas, destacando-se a pré-carnavalesca Lavagem da Esquina do Padre. O grave problema por que passa é a falta crônica d'água, debitável à miopia de seus governantes. Sei por ter vivido lá um ano, lecionando e pesquisando na UNEB local, onde deixei grandes amigos. Minha  vida devocional lá também está centrada, no Ilê Axé Dana Dana, de Babá Marcos T'Odé, amigo e líder espiritual.
Notícias assustadoras têm chegado pelo Facebook: foi proibido o consumo de água por causa da sua contaminação por urânio, o que é problema antigo, detectado, ao que sei, nas pesquisas do prof. Artur, que pediu remoção para a UESB de Itapetinga, e publicado no seu A Contaminação das Águas Subterrâneas de Caetité por Urânio.  O governo, desgraçadamente, teima em não fazer nada. Ao contrário, na pessoa de seu líder na Assembleia Legislativa, em vez de tomar providências para amenizar o sofrimento do povo, lança suas diatribes contra as universidades estaduais, quando deveria conhecer os trabalhos científicos por elas desenvolvidos para orientar suas políticas.
Lanço, então, um apelo aos meus escassos leitores, vamos vestir luto pelos atingidos pelo terrorismo no mundo, pelas catástrofes ecológicas provocadas pela ganância em Minas Gerais, mas também pelos nossos vizinhos de Caetité que precisam de água para sobrevivência.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Boas discussões no CONIIR. 
Afinal, o que é laicidade do Estado? 
Parece que entramos no túnel do tempo, regredindo velozmente para um passado das religiões oficiais, como no período de vigência da Constituição de 1824.
Hoje, está em voga falar da presença dos evangélicos no Legislativo, mas a existência de candidatos e de parlamentares declarando pertença a essa confissão não constitui novidade. Na história política, eles participaram dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988, quando eram 19 pentecostais, 79% deles no seu primeiro mandato.
Em minha dissertação de mestrado para obtenção do grau de mestre em Ciência Política, na UnB, em 1990, constatei alguns fatos no mínimo curiosos.
Primeiro, durante a campanha, os discursos eram de preparação para um confronto com os católicos, o que não aconteceu; muito pelo contrário, apurei que os pentecostais votaram muito mais favoravelmente aos interesses da Igreja Catolica, em 12 roll-calls, tendo sido mais fieis às propostas da CNBB do que os petistas, cujo partido era apontado na pregação de sua campanha como partido de Roma.
Segundo, para a legislatura subsequente, 1991-94, a bancada evangélica sofreu redução, caindo de 33 para 28 integrantes, embora tenha permanecido constante o número de pentecostais, todavia com uma taxa de 53% de renovação, ou seja, as bases se recusaram a enviá-los de volta a Brasília, preferindo nomes novos.

Termino com uma provocação: até que ponto a tal bancada não é fortemente também um fenômeno midiático?

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Saía para a abertura do Sinbaianidade na UNEB, chuviscava e muitos carros congestionavam a entrada do hotel em SSA, no Corredor da Vitória. Tinha acabado de conhecer o Martinho da Vila, e deixei-o conversando com o grande escritor angolano Manoel Rui, no saguão da entrada.
Já na porta, esperava nosso transporte com as professoras Angélica, Elzana e Cláudia Madalena, quando um táxi encostou num outro auto. Uma das colegas apontou o que poderia ter sido um abalroamento, mas não passou de uma encostada sem maiores consequências. Imediatamente, eu falei:
- Como diz o Martinho, foi devagarinho.
Não percebi que ele estava num canto logo atrás de nós, e foi logo corrigindo:
- É devagar, devagarinho!
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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Nauseado, assisto às notícias e comentários sobre acordo entre os caciques do pt e o presidente da câmara, com vistas à proteção deste último contra a cassação por conta de seu comprovado envolvimento numa série de delitos, em troca do esquecimento do pedido de impeachment formulado contra a presidenta da república. Tiro uma lição disso tudo: são todos farinha do mesmo saco; servem-se dos cargos públicos para se locupletarem à custa do erário.
Temos nossa grande parcela de culpa pelo voto mal dado, resultado das escolhas sem exame das biografias dos candidatos, pela recusa em estudar a história.

sábado, 12 de setembro de 2015

DESERTO CULTURAL
Em Brumado parece que espaço de cultura é o botequim. Não existem cinemas nem teatros. Desde que cheguei aqui, faz 3 anos, o único animador cultural que tem mostrado trabalho é o Zé Ribeiro.
Tenho conhecimento de que a cidade abriga um sem número de músicos, romancistas, cordelistas, poetas, dançarinos, atores, pintores e escultores. Na verdade, está faltando um espaço para apresentações e uma política que permita organizar uma programação duradoura e consistente. 
Até quando vamos continuar nesse deserto cultural?

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

MINHA FILHA
Num café da manhã dos seus 8 anos, Paula me surpreendeu com uma pergunta:
- Pai, e o Pessina?
Queria saber do amigo e colega de trabalho, o arquiteto carioca que se estabeleceu em Brasília.
Ainda tomado pelo inesperado da indagação, retruquei:
- De onde você conhece o Pessina.
Com sua lógica de menina esperta, foi logo respondendo:
-  É que você e Lucie falam tanto nele, mas de repente pararam...
Realmente, Pessina, com sua verve narrativa, contava um rosário de saborosas histórias engraçadas que ele protagonizou lá na capital e no Rio. Minha filha estava na verdade querendo saber mais, daquelas publicáveis para uma menina de 8 anos, é claro.
As "outras" contarei numa biografia não autorizada em que estou pensando escrever.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Eu não suporto mais a cara de pau dos presidentes de fiesp, fierj, febraban e quejandos, quando dizem estar sufocados pelos impostos. Que impostos? Eles não pagam nada. O sonegômetro está aí mesmo! 
Pior ainda são aqueles que, cinicamente, proclamam ser justa a sonegação porque o governo não dá nada em troca. Hipócritas, sabem que estamos todos no mesmo barco; assim, o ônus causado por essa conduta criminosa recai sobre os nossos ombros assalariados, que, sem choro nem vela, somos descontados em folha de pagamento para cobrir o buraco deixado pelos que não cumprem com suas obrigações tributárias.
Por isso, sou favorável à taxação das grandes fortunas.