segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Boas discussões no CONIIR. 
Afinal, o que é laicidade do Estado? 
Parece que entramos no túnel do tempo, regredindo velozmente para um passado das religiões oficiais, como no período de vigência da Constituição de 1824.
Hoje, está em voga falar da presença dos evangélicos no Legislativo, mas a existência de candidatos e de parlamentares declarando pertença a essa confissão não constitui novidade. Na história política, eles participaram dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988, quando eram 19 pentecostais, 79% deles no seu primeiro mandato.
Em minha dissertação de mestrado para obtenção do grau de mestre em Ciência Política, na UnB, em 1990, constatei alguns fatos no mínimo curiosos.
Primeiro, durante a campanha, os discursos eram de preparação para um confronto com os católicos, o que não aconteceu; muito pelo contrário, apurei que os pentecostais votaram muito mais favoravelmente aos interesses da Igreja Catolica, em 12 roll-calls, tendo sido mais fieis às propostas da CNBB do que os petistas, cujo partido era apontado na pregação de sua campanha como partido de Roma.
Segundo, para a legislatura subsequente, 1991-94, a bancada evangélica sofreu redução, caindo de 33 para 28 integrantes, embora tenha permanecido constante o número de pentecostais, todavia com uma taxa de 53% de renovação, ou seja, as bases se recusaram a enviá-los de volta a Brasília, preferindo nomes novos.

Termino com uma provocação: até que ponto a tal bancada não é fortemente também um fenômeno midiático?

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