quinta-feira, 5 de julho de 2018

A QUARTA ONDA
Ricardo Mariano, paulista, é sociólogo da religião; tive a oportunidade de conhecê-lo num congresso de sociologia em Brasília, há muitos anos. Pois bem, é da autoria dele o livro Neopentecostais, sociologia do novo pentecostalismo no Brasil, onde ele analisa a trajetória desse evangelismo popular em nosso país, detetando fases ou momentos desse percurso histórico, com a argúcia de grande pensador que ele é. Não obstante, gostaria de acrescentar mais uma tendência 
do movimento pentecostal àquelas colocadas por ele: na minha modesta opinião, hoje domina o pentecostalismo a organização das chamadas igrejas de garagem, que crescem em números assustadores. O que é exigido para "abrir" um templo desses? Aluga-se uma garagem, colocam-se umas 30 cadeiras de plástico, um microfone com amplificador, e pronto.
Há um acontecimento que marca o início dessa nova face pentecostal, a ação vitoriosa dos descendentes de mãe Gilda, em Salvador, cuja morte decorreu dos ataques de jornal da IURD, sendo aquele dia fatídico preservado na memória como Dia de Combate à Intolerância Religiosa.
A igreja de garagem inviabiliza a cobrança de indenização por dano moral aos ofensores, dado o tamanho e o exíguo poder financeiro das micro-igrejas, já que, do ponto de vista político, a existência de uma bancada no Congresso blinda os líderes das grandes igrejas, os pastores midiáticos, assim como os pastores nanicos de bairro contra as ações criminais.

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