domingo, 17 de maio de 2015

OS BONZINHOS E OS MAUS: como os racismos de Lord Lytton e Hitler foram parecidos

Hollywood criou o mito dos alemães maus e dos aliados bons. Também pudera, os donos das companhias cinematográficas são judeus, em sua maioria, e, com carradas de razão, promovem os filmes que denunciam a shoah. Até aí tudo bem. Só que não se lembraram de dizer que, no início do século, o envolvimento dos alemães com o extermínio em massa, quase uma preparação para o horror que veio na II Guerra, inclusive usando a técnica dos campos de concentração, foi posto em movimento antes contra os negros na Namíbia, especialmente na ilha Shark, hoje ponto turístico. Ficou parecendo que o racismo germânico assassinou 6 milhões de judeus. E os hereros e namas? Por que foram omitidos? Foram em torno de 120 mil mortos no então Sudoeste da África (Namíbia).
Os aliados, por sua vez, são todos bons. Esqueceram de denunciar as atrocidades cometidas pelos ingleses na Índia, culminando com a morte por fome de 30 milhões de indianos, por volta de 1870, na gestão do vice-rei Lord Lytton, que comandou a coroação da rainha Vitória na Índia. Lytton, liberal econômico, destruiu o modo de vida ancestral das comunidades indianas, onde havia produção para o autoconsumo, deslocando toda a força de trabalho para agricultura de exportação. No regime anterior de produção comunitária, sempre que havia deficiência de irrigação, ainda assim os camponeses tinham alimentação, em menor quantidade, é bem verdade, mas isso impedia que morressem de fome.
Em 1870, El Niño provocou uma seca sem precedentes, sobrevindo, em consequência a fome, pois já não mais existia a produção tradicional. Assim, enquanto o campesinato sucumbia de inanição, o arroz e outros cereais de exportação, em quantidade suficiente para saciar a fome do povo, aguardavam os navios para serem levados para a América e Europa.

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