A propósito dos personagens que compõem a cena política do Brasil contemporâneo, nada mais atual que Os Bruzundangas, de Lima Barreto, escrito no início do século passado:
É este homem que assim viveu a parte melhor de sua vida, é este homem que só viu a vida de sua pátria na pacatez de quase uma aldeia; é este homem que não conheceu senão a sua camada e que o seu estulto orgulho de doutor da roça levou a ter sempre um desdém bonachão pelos inferiores; é este homem que empregou vinte anos, ou pouco menos, a conversar com o boticário sobre as intrigas políticas de seu lugarejo; é este homem cuja cultura artística se cifrou em dar corda no gramofone familiar; é este homem cuja única habilidade se resume em contar anedotas; é um homem destes, meus senhores que depois de ser deputado provincial, geral, senador, presidente da província, vai ser o Mandachuva da Bruzundanga.
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