Essa política imbecil de combate às drogas colhe uma vítima inusitada, o professor Elisaldo Carlini, que tem estudado a maconha há mais de 50 anos, sendo referência internacional sobre o assunto. Aquele cientista foi indiciado pela polícia de sumpaulo por apologia ao crime. Absurdo dos absurdos.
Essa idiotice precisa acabar pois não deu certo em lugar nenhum do planeta (só na redação do jornal (b)estado de sumpaulo). Nem na gringa, com todo seu aparato, deu resultado.
É preciso pensar sério na descriminalização. Uso de droga é problema de saúde pública, e não de polícia.
sábado, 24 de fevereiro de 2018
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
A banda podre da polícia do Rio sempre se colocou na contramão dos direitos fundamentais, para defender truculência policial. O Secretário de Segurança Roberto Aguiar foi muito criticado pela demora nas buscas e prisões nos morros, porque tratava de obter mandados específicos para cada residência, para evitar as invasões de barracos a coice na porta. A demora era da justiça na expedição dos documentos necessários. Imagine-se que os serventuários deviam ficar indignados com um Secretário que primava pelo respeito à Constituição.
terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Em
2013, o documentarista norte-americano Roger Ross Williams entregou o seu filme
God Loves Uganda sobre a tragédia do avanço de fundamentalistas cristãos
ocidentais na África, impondo sobre as populações nativas valores totalmente
incompatíveis com suas culturas. Para tanto, valem-se do lado humanitário das
missões, qual seja, distribuição de alimentos, roupas, medicamentos, cujo
impacto deve ser enorme na vida de pessoas que sobrevivem debaixo de condições
subumanas, atentatórias à dignidade da pessoa humana.
Do ponto de vista da violência
simbólica, não há diferença entre os acontecimentos na terra do Idi Amin Dada e
a ação do grupo islâmico Boko Haram na Nigéria. Os evangélicos norte-americanos
não praticam (?) atos de terrorismo, mas o conteúdo de sua pregação não é
diferente daquilo que pregam os muçulmanos radicais.
E no Brasil? Pentecostais estão
invadindo aldeamentos indígenas para impor suas crendices em prejuízo das tradições
dos povos autóctones. E aí se desenha uma equação complicada. Para aprovar seus
projetos no parlamento, o executivo conta com os votos dos deputados
ruralistas, que vivem de olho nas terras dos índios; mas para usurpar a T.I. o
governo tem se valido da ocupação pentecostal das aldeias, angariando também os
preciosos votos da bancada desses cristãos, mediante uma política que fecha os
olhos ao etnocídio. Há quem diga que os fundamentalistas estão nas comunidades
a pedido dos próprios índios, o que é verdadeiro, mas criminosamente escondem
que as igrejas nadam no assistencialismo mais chão, levando comida e outros
bens para um contexto em que as pessoas estão sendo massacradas pela fome,
doença e outras mazelas. Claro que esse trabalho é regado com dinheiro público
e dólares das fundações americanas, testas de ferro de seu empresariado.
Nesse sentido, a recente decisão do
supremo, pondo fim a uma ação proposta pelo PFL/DEM, que, assim soma duas
derrotas de suas investidas antipovo, primeiro, contra as cotas, agora contra a
demarcação das terras ancestralmente ocupadas pelas nações indígenas. Essa
vitória pode ser um bom instrumento de defesa do índio, hoje muito mais
consciente do poder de aglutinação e pressão de suas organizações.
Em
suma, uma coisa deve estar presente na mente de todos os progressistas no
Brasil: quem tem que falar pelo índio é o próprio índio.
quinta-feira, 16 de novembro de 2017
Nada acontece por acaso na política. Tampouco existem coincidências
As agressões sofridas pelos adeptos das religiões de matriz africana, no Estado do Rio de Janeiro, não foram o resultado das pregações de isolados pastores tresloucados açulando a malta narcovarejista contra os terreiros de Umbanda e Candomblé; ao contrário, existe um plano muito bem urdido por trás dessa violência, mas os espasmos de jornalismo investigativo tem sido abortados nas mesas dos editores, cumprindo as interdições de pauta impostas pelos donos de jornais, revistas, rádios e tevês.
Não faz tanto tempo assim, a Profª Christina Vital da Cunha enfrentou o problema em sua tese de doutorado, publicada no livro Oração de Traficante: uma etnografia, saído pela Garamond/FAPERJ, em 2015, onde ela apresenta os resultados de sua pesquisa, ressaltando a importante afiliação (p.381-390) entre os traficantes das favelas de Acari e outras vizinhas à IURD.
Por outro lado, a IURD que colocou um de seus bispos à frente da Prefeitura do Município do Rio, Marcelo Crivela, não por acaso o candidato mais votado na Zona Oeste da cidade, feudo das milícias, que curralizam também eleitoralmente as populações de suas áreas de influência: Paciência, Cosmos e Santa Cruz. Ao passo que Freixo, ex-presidente da CPI das milícias na ALERJ teve votação insignificante nos bairros que permanecem sob o tacão dos milicianos.
Lamento informar, mas já era previsível esse confronto com as religiões afro-brasileiras e também com o catolicismo. Sim, os neopentecostais aí estão vandalizando imagens do culto católico romano. Voltarei ao assunto noutra oportunidade.
Não faz tanto tempo assim, a Profª Christina Vital da Cunha enfrentou o problema em sua tese de doutorado, publicada no livro Oração de Traficante: uma etnografia, saído pela Garamond/FAPERJ, em 2015, onde ela apresenta os resultados de sua pesquisa, ressaltando a importante afiliação (p.381-390) entre os traficantes das favelas de Acari e outras vizinhas à IURD.
Por outro lado, a IURD que colocou um de seus bispos à frente da Prefeitura do Município do Rio, Marcelo Crivela, não por acaso o candidato mais votado na Zona Oeste da cidade, feudo das milícias, que curralizam também eleitoralmente as populações de suas áreas de influência: Paciência, Cosmos e Santa Cruz. Ao passo que Freixo, ex-presidente da CPI das milícias na ALERJ teve votação insignificante nos bairros que permanecem sob o tacão dos milicianos.
Lamento informar, mas já era previsível esse confronto com as religiões afro-brasileiras e também com o catolicismo. Sim, os neopentecostais aí estão vandalizando imagens do culto católico romano. Voltarei ao assunto noutra oportunidade.
sexta-feira, 16 de junho de 2017
Sobre os conceitos de sertanejo e caipira, estou me lixando para o que diz a mídia. Vamos desfazer um equívoco. Com muita razão, estão surgindo protestos contra a invasão da música dos goianos nas festas juninas da Bahia. Meu povo, a música deles é a caipira. O forró, sim, é que á a autêntica música sertaneja, devendo ser tocada nas nossas festas. Como diz galvão bueno, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não obstante, prefiro acompanhar nossos grandes, como Darcy Ribeiro e Antônio Cândido. Meus estudantes da disciplina Antropologia, no curso de História do Campus VI da UNEB, agora já professores, aprenderam a lição e devem estar passando-a a seus alunos. Bom São João para todos, ao som das sanfonas, zabumbas e triângulos, de acordo com as nossas tradições.
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
SOBRE A IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL
Em 1976, o governo da África do Sul declarou Estado de Emergência.
Nos 13 anos subsequentes, os estudantes secundaristas mantiveram uma campanha de resistência, em que mais de 750 deles foram assassinados e mais de 10.000 foram presos, muitos mais foram torturados e violentamente atacados pelas forças de segurança do regime do apartheid. Para que se tenha uma ideia da pujança do movimento dos estudantes, este empolgou, pelo menos, 4 gerações de alunos da high-school, que dura 4 anos por lá
Fato é que, em 1990, ano que seguiu ao fim de mais de uma década de mobilização estudantil, NELSON MANDELA foi libertado, depois de cumprir 28 anos de prisão. Em 1991, cairia, finalmente, o regime racista.
Esta é uma narrativa de sucesso para nela se espelharem nossos bravos discentes em sua luta contra o arbítrio no Brasil de hoje.
AMANDLA AWETHU
Em 1976, o governo da África do Sul declarou Estado de Emergência.
Nos 13 anos subsequentes, os estudantes secundaristas mantiveram uma campanha de resistência, em que mais de 750 deles foram assassinados e mais de 10.000 foram presos, muitos mais foram torturados e violentamente atacados pelas forças de segurança do regime do apartheid. Para que se tenha uma ideia da pujança do movimento dos estudantes, este empolgou, pelo menos, 4 gerações de alunos da high-school, que dura 4 anos por lá
Fato é que, em 1990, ano que seguiu ao fim de mais de uma década de mobilização estudantil, NELSON MANDELA foi libertado, depois de cumprir 28 anos de prisão. Em 1991, cairia, finalmente, o regime racista.
Esta é uma narrativa de sucesso para nela se espelharem nossos bravos discentes em sua luta contra o arbítrio no Brasil de hoje.
AMANDLA AWETHU
DUAS OU TRÊS COISINHAS QUE SEI SOBRE O VERDE E AMARELO
Os macacarqueteiros a serviço da fiesp/febraban e de outras fis de não-sei-o-quê investiram pesado contra a cor vermelha, impondo um verde-amarelo que a biribada logo adotou, enchendo a Paulista com a camisa da seleção.
Este absurdo de imposição cromática, porém, tem uma triste trajetória... Vamos relembrar alguns pontos desse percurso.
A uma, o Brasil recebeu seu nome por alusão direta à madeira de onde se extraía uma tinta vermelha para uso têxtil, o pau-brasil, denominado de ibirá-pitanga por seus nativos. Portanto, é o vermelho que está associado à nossa origem.
A duas, sobre os matizes verde e amarelo, vale a pena lembrar que o primeiro remete a Dom Pedro I, herói da independência, por ser a cor característica da casa portuguesa, com certeza, dos Braganças. Já o segundo homenageia Dona Maria Leopoldina, esposa de Pedro I, pertencente à Casa dos Habsburgos ou Casa D’Áustria. Nada têm a ver com o Brasil.
Se a biribada estudasse um pouquinho de história, descobriria estar sendo vítima das manipulações de macacarqueteiros e publicitários embromadores. Porém seu (des)governador e o usurpador são contra todas as disciplinas que fazem pensar. Motivos? Óbvios. Só querem robôs prontos para a linha de montagem, tipo Tempos Modernos.
Os macacarqueteiros a serviço da fiesp/febraban e de outras fis de não-sei-o-quê investiram pesado contra a cor vermelha, impondo um verde-amarelo que a biribada logo adotou, enchendo a Paulista com a camisa da seleção.
Este absurdo de imposição cromática, porém, tem uma triste trajetória... Vamos relembrar alguns pontos desse percurso.
A uma, o Brasil recebeu seu nome por alusão direta à madeira de onde se extraía uma tinta vermelha para uso têxtil, o pau-brasil, denominado de ibirá-pitanga por seus nativos. Portanto, é o vermelho que está associado à nossa origem.
A duas, sobre os matizes verde e amarelo, vale a pena lembrar que o primeiro remete a Dom Pedro I, herói da independência, por ser a cor característica da casa portuguesa, com certeza, dos Braganças. Já o segundo homenageia Dona Maria Leopoldina, esposa de Pedro I, pertencente à Casa dos Habsburgos ou Casa D’Áustria. Nada têm a ver com o Brasil.
A três, na década de 1920, verde-amarelismo foi também uma das vertentes do modernismo paulista e que tinha à frente o escritor Plínio Salgado, o führer ou galinha-verde mor da versão botocúndia do nazismo, chamado de integralismo.
A quatro, a exploração da ameaça vermelha na mídia gringa, durante o Comitê de Atividades Antiamericanas no Congresso norte-americano. Período da chamada caça às bruxas, logo exportado para cá com a Guerra Fria.
A cinco, no cruento período Médici, dois cantores cearenses, Dom e Ravel, na copa do México de 1970, compuseram, gravaram a canção Eu te amo, me Brasil, cujos versos berravam Meu coração é verde e amarelo. Enquanto a seleção fazia gols nos estádios, o pau comia solto nas sessões de tortura promovidas pelo ustra e associados.Se a biribada estudasse um pouquinho de história, descobriria estar sendo vítima das manipulações de macacarqueteiros e publicitários embromadores. Porém seu (des)governador e o usurpador são contra todas as disciplinas que fazem pensar. Motivos? Óbvios. Só querem robôs prontos para a linha de montagem, tipo Tempos Modernos.
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